Sobre o INCT-DSI
O INCT em Disputas e Soberanias Informacionais (INCT-DSI) tem como objetivo central investigar os desafios que as dinâmicas contemporâneas relativas à produção e circulação da informação apresentam à soberania nacional. Está diretamente vinculado à formulação de estratégias que visam servir de suporte para o aprimoramento do exercício do poder democrático na arena informacional contemporânea.
Composto por uma equipe multidisciplinar de investigadores brasileiros e estrangeiros – todos com relevante produção bibliográfica e experiência na condução de projetos de pesquisa – o INCT-DSI pretende articular e concretizar uma rede capaz de dotar o Brasil de uma política voltada a garantir soberania informacional por meio de uma abordagem multimetodológica.
Eixos de pesquisa
O INCT-DSI trabalha de maneira integrada as interfaces entre soberania e informação. De modo pragmático, são considerados três linhas de pesquisa e atuação fundamentais:
Soberania Científica
A soberania científica está concentrada no debate da produção, circulação e legitimação da ciência brasileira num contexto de assimetrias globais na produção, visibilidade e impacto do conhecimento produzido com predomínio de países centrais, multinacionais e sistemas de classificação e avaliação da ciência.
Coordenado pela professora Thaiane Oliveira (UFF), envolve investigações sobre:
- A infraestrutura que constrói a base de um sistema científico assimétrico em escala global;
- Sistema de rankings acadêmicos e avaliação da ciência;
- Representatividade em instituições centrais do sistema;
- A emergência de circuitos acadêmicos alternativos;
- Padrões de relacionamento entre instituições periféricas e centrais;
- Patrocinadores globais da agenda acadêmica;
- Redes transnacionais de contestação à ciência.
- Educação científica baseada em evidências e letramento midiático e informacional para o enfrentamento à desinformação científica
Circulação de informação em mídias tradicionais
Eixo relacionado às disputas que atravessam a circulação de informação a partir de plataformas midiáticas tradicionais, mais especificamente grupos de comunicação que controlam boa parte da produção e do fluxo de notícias, tanto do ponto de vista regional, nacional e conexões com produtores de conteúdo internacionais.
O segundo eixo tem como coordenador o professor Jamil Marques (UFPR) e trata mais especificamente de pesquisas sobre:
- A infraestrutura da mídia brasileira e dos sistemas de mídia em âmbito internacional;
- A presença e influência da mídia estrangeira no Brasil;
- As relações entre mídia estrangeira e mídia brasileira na formação da opinião pública;
- A mídia estrangeira como fonte e parâmetro normativo da mídia nacional;
- Os sistemas de mídia que operam em distintos países de forma comparada;
- Aspectos inerentes aos sistemas híbridos e as inter-relações entre grupos de mídia locais e globais.
Circulação de informações mediadas por plataformas, algoritmos e dados
O eixo, coordenado pela professora Raquel Recuero (UFPEL/UFRGS), diz respeito à soberania relacionada ao cenário das plataformas digitais e seus impactos na esfera pública, no trabalho e nas relações sociais. Essas plataformas, hoje, constituem-se em espaços aterritoriais, cujas relações são estabelecidas à revelia dos países e cujas influências são percebidas nos espaços concretos.
São investigações deste eixo:
- Dinâmicas de produção de conteúdo, circulação e legitimação de desinformação nas plataformas digitais;
- As plataformas digitais e a disputa da autoridade informativa com a mídia tradicional;
- Plataformas digitais e trabalho;
- Novos modelos de financiamento de plataformas;
- Disputas discursivas em torno do “fato” e do “fake” e o papel do fact-checking e outras instituições como mecanismos de legitimação do conteúdo;
- Visibilidade, invisibilidade e censura: o poder das plataformas;
- Infraestrutura técnica e soberania: algoritmos e dados;
- Modelos de regulação das plataformas.