CIRCULAÇÃO DE INFORMAÇÕES MEDIADAS POR PLATAFORMAS, ALGORITMOS E DADOS

A partir da consideração de que a comunicação nas mídias digitais necessita do trabalho de comunicadores, a pesquisa tem por objetivo investigar como os profissionais de comunicação, que desenvolvem seus próprios arranjos para exercerem a profissão, atuam frente às lógicas de subsunção do trabalho humano vivo, pressupostas nos usos das ferramentas digitais das empresas de plataformas. Nossa pergunta central é: Como e por quais meios as empresas de plataformas digitais capturam o trabalho vivo de profissionais que atuam em arranjos produtivos da área de comunicação? As ‘materialidades sensíveis’, conceito em formulação, são todas as interações humanas com o meio e com o social; são a matéria prima para a constituição de arquivos que fornecem base de dados digitalizáveis para as reconfigurações algorítmicas e também para formatação de perfis comercializáveis. A singularidade dessas estruturas tecnológicas (Google [Alphabet], Amazon, Facebook [Meta], Microsoft) está na característica de operarem ao mesmo tempo no entrelaçamento das atividades de comunicação e das atividades de trabalho. Trata-se, desse modo, de estudo exploratório sobre elementos de realidade do trabalho mediado por plataformas visando avanços em estratégias de pesquisa, na produção conceitual e em soluções tecnológicas posteriores. A metodologia utiliza triangulação de métodos, dados e pesquisadores. A abordagem teórica se dá a partir do binômio Comunicação e Trabalho (Figaro, 2018), dos estudos de plataformas (Van Dijck; Poell; De Waal, 2018; Srnicek, 2018) e da Análise de Discurso (Orlandi, 2012; Dias, 2018). Os métodos a serem triangulados são informações obtidas em entrevistas com comunicadores, programadores, cientistas de dados e gestores de empresas de plataforma; dados da observação do trabalho, levantamento documental, grupos de discussão, estudos de casos múltiplos.Os resultados da pesquisa preveem produção teórica-conceitual, experimentação metodológica, desenvolvimento de tecnologia social capaz de articular academia e sociedade civil para a criação de protótipos de ferramentas abertas para o trabalho de comunicadores e para a comunicação entre trabalhadores. Os objetivos da pesquisa, bem como os resultados esperados, estão em consonância com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU).

Financiamento: Fapesp (projeto temático processo: 2022/05714-0)

Desde o tensionamento contemporâneo entre mídias tradicionais e redes sociais, o projeto propõe discutir: 1) os modos de produção e circulação de conteúdos informacionais, em contexto no qual os hábitos de consumo informacional passam por mudanças, como destaque para as redes sociais, assumidas como fonte de informação relevante pelos indivíduos. Sobre estes novos ambiente, objetiva-se observar aspectos associados à curadoria e moderação de conteúdo, como elementos essenciais à qualificação dos produtos informacionais, como forma de enfrentamento à desinformação; 2) Quanto aos sistemas de responsabilização e regulação dos meios – pretendemos seguir com a avaliação dos níveis de discussão pública desses temas nas esferas governamental e civil. Trata-se de pesquisa bibliográfica e documental e de natureza comparativa. O projeto possui pontos de contato com o eixo 3 do INCT-DSI.

Resumo: A pesquisa, vinculada ao Eixo 3 do INCT/DSI – Circulação de informações mediadas por plataformas, algoritmos e dados -, tem como foco compreender os tipos de discursos violentos que circulam nas plataformas de mídias sociais direcionados a representantes políticos eleitos, com especial atenção às mulheres e pessoas LGBTQIAP+. Busca-se compreender as características desses discursos, seus efeitos e o grau de toxicidade dessas mensagens. De modo específico, a pesquisa se destina a: i) conceituar teoricamente os discursos tóxicos, relacionando-os com a violência discursiva; ii) categorizar a toxicidade do discurso; iii) identificar as similaridades e diferenças entre mensagens violentas e tóxicas direcionadas a diferentes grupos de representantes políticos; iv) refletir sobre as soluções que possam ser propostas endereçadas às instituições e plataformas, reforçando a soberania informacional nacional, como forma de tentar diminuir os ataques online. A pesquisa emprega métodos e técnicas mistos, e o objeto de pesquisa diz respeito aos conteúdos que circulam nas plataformas digitais. 

Financiamento: Bolsa de Produtividade em Pesquisa/CNPq

Resumo: O objetivo geral do projeto consiste em investigar como a ciência tem sido descredibilizada e instrumentalizada para a desinformação e propor soluções possíveis para o combate à desinformação. Para isso, buscar-se-á desenvolver uma plataforma de observatório da circulação da desinformação e atividades de letramento científico e midiático, propondo reflexões sobre ciência e saúde. Como objetivos específicos, tem-se: 1) Explorar as formas de circulação da produção científica em saúde, através de análise de dados e mineração textual em plataformas de mídias sociais; 2) Identificar canais e atores de influência na propagação de informações sobre os temas supracitados, bem como identificar os de propagação de desinformação, teorias da conspiração e outras desordens informacionais; 3) Compreender como os sujeitos de Imperatriz consomem informação relacionada à ciência e saúde e como estabelecem valores de confiança em relação à informação e comunicação científica

Financiamento: FAPEMA/CNPq

O projeto visa mapear as iniciativas da sociedade civil, dos governos e das instituições públicas para promover o combate à desinformação online. O foco está na identificação de diferenças e semelhanças nos processos nacionais de resposta social e institucional contra a indústria da desinformação. Nosso objetivo é compreender quais atores, mecanismos legais, estratégias e ferramentas fazem a diferença na definição de políticas públicas e na minimização do impacto social do fenômeno da desordem informacional. Para tanto, examinamos qualitativamente os casos do Brasil e da Itália, ambos países caracterizados por um uso intensivo de plataformas de mídia social e um alto impacto da desinformação na comunicação política, mas que apresentam diferenças consideráveis em termos de regulação das plataformas digitais e do quadro institucional. Na primeira fase, analisamos o papel das universidades públicas brasileiras e italianas na formulação e execução de iniciativas para mais transparência online, confiança na informação e resiliência democrática. O projeto faz parte do eixo INCT-DSI “Circulação de informações mediada por plataformas, algoritmos e dados” e é desenvolvido em colaboração com o professor Francesco Amoretti da Universidade de Salerno, Itália.

O projeto de pesquisa aborda as complexas relações entre a extrema direita, o jornalismo e as plataformas digitais a partir de dois focos de análise: [i] as estratégias de comunicação populista adotadas por grupos e líderes políticos de extrema direita em plataformas digitais, com foco no discurso desinformativo daí emergente, e [ii] as representações deste espectro ideológico na mídia, com ênfase nas agendas e quadros de sentido utilizados para repercutir temas e configurar a imagem pública de agentes do bolsonarismo. As análises incidem sobre o cenário brasileiro, com atenção especial para contextos subnacionais. O projeto se alinha a agendas de pesquisa que discutem as transformações na comunicação política a partir de mudanças recentes no ecossistema de mídia e nos sistemas políticos, considerando aspectos como o aumento de fontes de informação e desinformação, as alterações nas lógicas de produção e consumo de informação e os desafios colocados à democracia a partir da normalização da extrema direita. Parte-se da hipótese de que os discursos da extrema direita e o modo como o jornalismo trata certas agendas que são estrategicamente incorporadas por esses grupos — como a corrupção política, a segurança e os problemas do sistema político — obedecem a uma gramática populista com forte potencial de mobilização. Além de estudos empíricos, o projeto possui uma frente de intervenção cívica, com o objetivo de construir parcerias com escolas da rede básica de ensino para o desenvolvimento de iniciativas de literacia midiática que contribuam para um trabalho de letramento comunicacional e político, indispensável para identificar discursos que desafiam a institucionalidade democrática. Essa dimensão reforça o impacto social da proposta e pode contribuir com o reforço da cidadania e do compromisso com os valores da democracia. Em um cenário de crise reforçado pela recente passagem da extrema direita pelo poder executivo nacional e por sua forte presença nas casas legislativas, estudar a interseção entre comunicação política, extrema direita e democracia emerge como temática estratégica a demandar investigação e análises ainda mais aprofundadas. A proposta contribui para demarcar o papel estratégico da Comunicação na formulação de explicações para as estratégias discursivas da extrema direita nas plataformas e o papel da mídia neste cenário global de ascensão do extremismo, a partir do caso brasileiro. Este projeto diáloga com os eixos 2 e 3 do INCT-DSI, na medida em que analisa os discursos da extrema direita populista nos ambientes digitais das plataformas e no espaço discursivo do jornalismo.

A pesquisa busca explorar de que forma o Estado mobiliza – ao mesmo tempo em que é mobilizado pelo – Mercado e Academia (por meio de projetos, acordos, parcerias e think tanks) para produção tecnológica no campo dos softwares de inteligência artificial, Big Data e a acumulação massiva de dados no Estado do Ceará. Analisar-se-ão a principais empresas em parceria com o Estado e seus papéis; a relação entre as iniciativas e projetos formados e seus financiadores; o papel do campo acadêmico e científico em tais empreendimentos; quais e de que forma os dados coletados são processados (programas, protocolos e métodos analíticos); de que modo os dados produzidos são apropriados e por quem, e com qual intuito; como se constituem, no interior desses processos, redes de colaboração, disputas e controvérsias, entre agentes com visões, práticas e interesses distintos. Com isso, busca-se melhor compreender o estado atual, o histórico, bem como as condições de possibilidade para a emergência do que indica, aos poucos, se estabelecer como um – ainda incipiente, porém não insignificante – “ecossistema regional de Inteligência Artificial”, suas potencialidades e limites em termos de um processo mais amplo de reconfiguração dos paradigmas de desenvolvimento socioeconômico regional e nacional; e o que isso nos revela, por fim, sobre (novas?) possibilidades de sinergia entre Estado, Mercado e comunidade científica local para a inovação tecnológica no Brasil contemporâneo.

Financiamento: Bolsista Produtividade em Pesquisa CNPq – Categoria 2/CNPq

Como as plataformas digitais foram apropriadas por movimentos antidemocráticos para convocar atos violentos contra as instituições políticas no Brasil? O objetivo deste projeto é desenvolver e aplicar um modelo multidisciplinar de monitoramento de riscos à integridade democrática nas plataformas digitais. Para isso, propomos um quadro analítico conceitual que se debruça em conceitos da comunicação política digital, teoria democrática e comportamento político para identificar as dimensões do discurso antidemocrático nas redes sociais. Empiricamente, o objetivo é analisar a aplicação de políticas de moderação de conteúdo relacionadas à tentativa de golpe violento de estado no Brasil em 08 de janeiro de 2023, especificamente acerca das categorias de ação violenta, discurso de ódio, desinformação e integridade eleitoral. Acionaremos um quadro metodológico misto para aplicar o arcabouço teórico desenvolvido em bases de dados já coletadas entre 15 de agosto de 2022 e 14 de janeiro de 2023. As análises serão realizadas combinando técnicas de análise de conteúdo manual com modelagem de tópicos automatizadas e machine learning para escalar a detecção de discurso antidemocrático. Os resultados esperados são a inovação de procedimentos metodológicos e tecnologias que podem contribuir com a detecção rápida de ações antidemocráticas em ambiente digital. Ademais, pretendemos oferecer análise independente em relação aos resultados de moderação de conteúdo do Youtube e avaliar a eficácia da remoção de conteúdo danoso do ponto de vista normativo da democracia. Esses modelos e tecnologias serão transferidos para a comunidade de pesquisadoras por meio de repositórios em código aberto e replicáveis; e para organizações da sociedade civil que atuam na defesa da democracia, especialmente em temas de combate à desinformação e à violência política, e fomento à integridade democrática. Ao final, pretendemos produzir artigos acadêmicos e policy reports públicos oferecendo evidências científicas sobre o discurso de apologia ao fechamento do regime democrático no Brasil.

Este projeto trata da implementação da primeira experiência no Brasil de um programa para treinar e desenvolver capacidades deliberativas, em escolas. As teorias de democracia deliberativa vêm sendo amplamente usadas para inovar a participação dos cidadãos em discussões sobre questões de interesse comum, para promover entendimento mais amplo sobre problemas sociais e gerar soluções colaborativas bem-sucedidas para conflitos em escala local, nacional e transnacional. Contudo, as iniciativas no setor da educação ainda são incipientes. A Fase I desta pesquisa realizou um quase-experimento para medir a eficácia de ensinar e treinar capacidades deliberativas –habilidades para justificar as preferências e os valores; escuta recíproca e atenta; respeito mútuo, entre outros – e envolveu mais de 500 alunos de escolas públicas de Belo Horizonte (MG) e Belém (PA), entre 2017 e 2020. O projeto testou a eficácia do ensino, ao comparar grupos de tratamento e de controle, em escolas localizadas em bairros de classe média e na periferia. Foram usados diferentes indicadores, tais como: “Deliberative Quality Index” (DQI), “Deliberative Transformative Moments” (DTM), questionários, além de ensaios produzidos pelos próprios alunos. A partir do conhecimento já acumulado, a Fase II tem por objetivo ampliar os recursos e diversificar os mecanismos para aprendizagem das capacidades deliberativas. O atual projeto busca fortalecer o protagonismo dos estudantes na produção de material videográfico e recomendações sobre como ensinar e aprender as capacidades deliberativas. Para tanto, um conjunto de ações será desenvolvido em escolas públicas em quatro regiões geográficas do país, Minas Gerais, Pará, Bahia e Paraná. Pretendese também desenvolver uma versão online e mobile do jogo “Que perfil é esse?” (criado na Fase I do projeto) e plataformas digitais de discussão sobre a experiência entre participantes das escolas associadas. Ao tratar do combate à desinformação e ao desrespeito, o projeto “Inovações” parte do pressuposto que a autoexpressão dos estudantes para explicar os princípios e as atitudes que tornam as discussões de controvérsias mais democráticas terá efeito ainda mais positivo nas salas de aula, na mitigação de conflitos no ambiente escolar e em seu entorno. Ao combinar diferentes estratégias pedagógicas – ensino com instrução pelos participantes, jogos e debates autênticos – projeto, agora com ênfase em recursos digitais, poderá gerar impactos de longo prazo e contribuir para a formulação de políticas públicas voltadas para a promoção de direitos humanos que reconheçam as injustiças locais.

Financiamento: CNPq

Este projeto tem por objetivo explorar a dinâmica da esfera pública, focalizando o ambiente híbrido e interconectado de media no Brasil, diante da crise de legitimidade e dilemas para a construção da vida democrática. Articula, a partir de um conjunto de pesquisas teóricas e empíricas, diferentes desafios para o funcionamento das democracias eleitorais, como um processo dinâmico e sujeito a retrocessos, organizados em três eixos. O Eixo 1 compreende a esfera pública como um espaço público de discussão, disputas e formação de preferências e permite compreender melhor o processo de troca de razões e os dilemas para a convivência democrática em debates, além de discursos iliberais e anti-democráticos apoiados por amplos setores da população. O Eixo 2 concebe a esfera pública como um espaço para ação coletiva, focalizando intervenções para criminalizar o dissenso, táticas para gerar pânico moral e propagar teorias conspiracionistas, bem como linhas de ação orquestradas por grupos extremistas. Por fim, o Eixo 3 trata das fronteiras ampliadas da mediação, focalizando demandas e processos de regulação, responsabilização e educação.

Financiamento: CNPq e Fapemig

Este projeto parte da crescente influência das plataformas digitais em infraestruturas econômicas e processos comunicativos (Schwarz, 2017; Plantin et al., 2018), buscando analisar o apoio concedido por corporações do Vale do Silício às iniciativas de combate à desinformação na América Latina. Apesar de a literatura centrada nas estratégias de contenção dos efeitos adversos da desinformação estar em franca expansão (Walter & Murphy, 2018; Walter et al., 2019), até o presente momento pouco se sabe sobre como estas iniciativas são viabilizadas em termos econômicos e institucionais. Os escassos estudos sobre o tema têm evidenciado a progressiva atuação das empresas de plataforma nos programas do gênero por meio de estímulo financeiro e capacitação editorial (Nicey & Bigot, 2020; Graves & Anderson, 2020; Lelo, 2022a). Neste contexto, este projeto tem dois objetivos centrais: a) mapear as linhas e programas de apoio oferecidos pelas empresas de plataforma à agenda de combate à desinformação na América Latina, incluindo sua configuração econômica e institucional; b) compreender como a parceria com as big techs influencia nas atividades de comunicação e trabalho dos profissionais e organizações que atuam no ramo. A pesquisa se configura como estudo exploratório de caráter quanti-qualitativo (Gil, 1994; Mason, 2006), baseado na triangulação de métodos de pesquisa (Fígaro, 2014; Pereira, 2014). Visa-se compor uma amostra não probabilística (Kohler, 2019) que englobe iniciativas de combate à desinformação na América Latina apoiadas financeiramente pelas empresas de plataforma. A investigação será operacionalizada por meio de levantamento e análise documental (Augey, 2019) destas parcerias, entrevistas semiestruturadas com seus representantes e análise do discurso (Orlandi, 2015) de seus textos de divulgação, averiguando a relação entre o discurso e as estratégias de negócio de tais empreendimentos (Anciaux, 2015). Os resultados deste projeto irão oferecer expressiva contribuição à literatura científica nacional e internacional, evidenciando as estruturas econômicas e institucionais que conformam a agenda de combate à desinformação na América Latina.

Esse projeto tem por objetivo principal investigar, a partir de dados massivos (big data), como problemas de interesse comum e que são alvos de consenso científico vêm sendo processados discursivamente em diferentes momentos e arenas discursivas (plataformas de redes sociais, portais jornalísticos e arenas formais de deliberação). Com isso, pretendemos responder à seguinte pergunta norteadora: como a plataformização da comunicação e as transformações na cultura política têm impactado o debate público em torno de problemas de interesse comum, alvos de consenso científico? Justificativa: A relevância e contexto dessa questão será esclarecida a partir de uma ampla revisão de literatura que mostra como esses fenômenos oferecem sérios riscos de desmonte de consensos até então tidos como sólidos e permanentes não apenas entre cientistas, mas entre a própria população.

Financiamento Funcap (Concessão PS1-00186-00177.01.00/21), DFG (Concessão 290045248) e CNpq – Universal (proc. 403286/2023-9)

Este projeto, conduzido no âmbito do Instituto de Cultura e Arte da UFC (ICA/UFC) e vinculado ao Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Disputas e Soberanias Informacionais (INCT-DSI), articula pesquisa, ensino e extensão na área da Comunicação. As pesquisas associadas visam a publicação em periódicos de alto impacto e, após publicadas, são incorporadas às disciplinas de graduação e pós-graduação, contribuindo para a criação de materiais de divulgação científica. Desde 2018, esses materiais são parte de uma prática de extensão, agora também alinhada às atividades de divulgação do INCT-DSI, sob coordenação do Prof. Diógenes Lycarião (UFC). Para assegurar a qualidade e precisão desses materiais, a equipe revisa roteiros e promove o Prêmio Gruppocom de Divulgação Científica, que destaca as melhores produções em formatos como podcasts e vídeos.  Os objetivos específicos do projeto incluem garantir financiamento para a produção científica, estabelecer infraestrutura profissionalizada para a divulgação dos resultados dessa produção e aumentar a qualidade, visibilidade e impacto dos produtos gerados. Essa proposta visa fortalecer a articulação entre pesquisa, ensino e extensão, ampliando a colaboração com o INCT-DSI e maximizando o alcance de suas atividades por meio de plataformas como YouTube, Instagram e X.

Financiamento: Funcap – Humanidades (PRH-0212-00069.01.00/23)

Este projeto de pesquisa tem como objetivo principal investigar as relações entre a tecnociência contemporânea e as dinâmicas das plataformas online, com ênfase nas especificidades do processo de plataformização da ciência no contexto brasileiro. Nosso ponto de partida é a compreensão de que há uma mútua (e assimétrica) influência entre a constituição – por vezes controversa e/ou marcada por incertezas – dos conhecimentos científicos e as mediações tecnopolíticas exercidas pelas plataformas através de suas arquiteturas baseadas em dados e de sua performatividade s algoritmicas, entre outros aspectos. Assim, seja através das apropriações de procedimentos amplamente utilizados pela ciência, seja como articuladoras de públicos e de debates, pode-se afirmar que as plataformas infraestruturais (como a Alphabet/Google) e as mídias sociais (como o Twitter e o Instagram) são ambiências que, simultaneamente, a) são constituídas por um conhecimento tecnocientífico que resulta das articulações e tensões entre seus desenvolvedores, investidores, parceiros, anunciantes etc. e b) contribuem para transformar práticas e valores compartilhados por cientistas e outros atores envolvidos nos processos de produção, de validação e de comunicação pública da ciência. Norteado por este duplo processo, neste projeto propomos investigar três interfaces da plataformização da ciência: 1) os entrelaçamentos entre as controvérsias online protagonizadas por diferentes atores e as dimensões sociotécnicas das mídias sociais (por exemplo: como controversas relativas a temas como vacina ou homeopatia se ressignificam quando apropriadas em plataformas como o Facebook e YouTube?); 2) a reconfiguração de práticas, agendas e normas científicas a partir das lógicas tecnoeconômicas das plataformas (exemplo: quais as implicações da crescente adoção de plataformas de auto-publicação como Academia.edu para o processo de validação científica entre pares?) e: 3) as especificidades e os desafios derivados do protagonismo exercido pelas plataformas na produção de conhecimentos científicos e tecnológicos na contemporaneidade, por exemplo através dos investimentos e das parcerias da Alphabet/Google para desenvolvimento de “soluções” baseados em Inteligência Artificial.

Financiamento: CNPq (Bolsa Produtividade) e Fapemig (edital Universal)